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sábado, 27 de outubro de 2012

Aumento da ingestão de cálcio pode reduzir o risco de hiperparatireoidismo primário em mulheres


Estudo de coorte prospectivo, publicado pelo British Medical Journal (BMJ), examinou a associação entre a ingestão de cálcio e o risco de hiperparatireoidismo primário em mulheres e mostrou que o aumento da ingestão deste elemento pode reduzir o risco da doença.
A pesquisa nomeada Nurses’ Health Study I que originalmente recrutou participantes dos 11 estados mais populosos dos Estados Unidos contou com a participação de 58.354 enfermeiras, com idades entre 39 e 66 anos, sem história de hiperparatireoidismo primário. A ingestão de cálcio foi avaliada a cada quatro anos por meio de questionários semiquantitativos sobre a frequência alimentar. O principal resultado foram os novos casos de hiperparatireoidismo confirmados pela revisão dos prontuários médicos.
Durante 22 anos de acompanhamento, foram registrados 277 casos incidentes de hiperparatireoidismo primário. As mulheres foram divididas em cinco grupos iguais, de acordo com a ingestão de cálcio na dieta. Após ajustes para idade, índice de massa corporal, raça e outros fatores, o risco relativo de hiperparatireoidismo primário para as mulheres no grupo com a maior ingestão de cálcio na dieta foi de 0,56 (P=0,009 para a tendência), em comparação com o grupo com o menor consumo. 

O risco relativo de hiperparatireoidismo primário para as mulheres que tomavam mais de 500 mg/dia de suplementos de cálcio em comparação com as que não usavam suplementos de cálcio foi de 0,41 (P<0,001 para a tendência). As análises, restritas às participantes que faziam exames físicos regulares, não alteraram significativamente a associação entre a ingestão de cálcio e o risco de hiperparatireoidismo primário.
Concluiu-se que o aumento da ingestão de cálcio pode reduzir o risco de hiperparatiroidismo primário em mulheres.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Fármaco Contra a Obesidade É Reprovado na Europa


Aprovado pelos Estados Unidos em julho deste ano, o Qsiva ou Qsymia acaba de ser reprovado pelo Comitê de Medicamentos de Uso Humano (CHMP) da Agência Europeia de Medicamentos. Segundo a Vivus, fabricante do remédio, o CHMP argumentou a existência de potenciais efeitos cardiovasculares no sistema nervoso central associados à longa utilização do produto, o seu potencial teratogênico e o seu uso por doentes para os quais o fármaco não é indicado.

A Vivus afirmou que vai recorrer da opinião e requerer a revisão da decisão da Agência Europeia. Segundo o presidente da Vivus, Peter Tam, a empresa continua empenhada em conseguir o Qsiva® aprovado na Europa e irá trabalhar estreitamente com o novo relator e co-relator para fazer com que isso aconteça.

Nos EUA, sob o nome de Qsymia, o medicamento foi aprovado porque o FDA (agência americana de controle de alimentos e remédios) considerou seus benefícios maiores que os riscos para pessoas com doenças associadas ao aumento de peso, como diabetes, hipertensão ou colesterol alto.

Fato Festejado

Na opinião da Dra. Rosana Radominski, presidente da ABESO, não se consegue entender as agências regulatórias. “Recentemente, a combinação topiramato e fentermina (Qsymia) foi aprovada pelo FDA, fato extremamente festejado nos EUA como uma decisão acertada. A medicação é bastante potente, com redução de aproximadamente 8kg de peso em doses de 7,5mg de fentermina + 46mg de topiramato e de 11kg com doses maiores (15mg/92mg)”, afirma.

A Dra. Rosana acrescenta que os discretos efeitos em relação ao aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial não prejudicaram os resultados finais em termos de controle da hipertensão e que, da mesma forma, os outros efeitos adversos (principalmente psiquiátricos) não comprometeram a segurança do medicamento a longo prazo.

Quanto aos efeitos teratogênicos durante a gestação, ela lembra que foram bem ressaltados, bem como o perigo do uso off label do remédio.

Artigo Publicado

De acordo com a Dra. Rosana, na ocasião, os técnicos do FDA concluíram que, com as devidas precauções, a medicação poderia ser liberada para o tratamento de obesos. E mais: ela cita o artigo, recentemente publicado no New England Journal of Medicine (15 de outubro de 2012): “(...) baseado nos dados disponíveis, o FDA determinou que a combinação topiramato/fentermina e a lorcaserina – outra droga antiobesidade aprovada recentemente – têm perfis de benefício-risco favoráveis para manejo crônico da obesidade em determinados pacientes obesos ou com sobrepeso. (...) Colman e cols”.

A presidente da ABESO explica que estas duas medicações têm sido utilizadas isoladamente, há décadas, com efeitos colaterais bem conhecidos. Além disso, a combinação de doses menores, em estudos controlados, tem mostrado maior segurança e eficácia em pesquisas de pelo menos dois anos de duração.

“É cansativo ter que repetir que todos os medicamentos possuem efeitos adversos e que, quando os benefícios são maiores, há necessidade de se administrar os riscos. Quando se vê disparidades de conclusões como estas, tendo como base os mesmos pacientes, os mesmos dados, a mesma medicação, pergunta-se: a base das evidências muda? Os resultados mudam? A estatística muda? Não, o que muda são os pesos e as medidas. E sempre perde quem mais precisa – o paciente”, declara.

Fonte: Abeso

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Conselho proíbe médicos do país de aplicar terapia antienvelhecimento


Tratamento com hormônios, vitaminas e antioxidantes não teria resultado. 
CFM permite uso de substâncias em caso de deficiência diagnosticada.



Resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) publicada nesta sexta-feira (19/10/12) no Diário Oficial da União proíbe aos médicos do país a indicação e a aplicação dos chamados tratamentos antienvelhecimento, que usam hormônios, antioxidantes ou vitaminas, sob risco de cassação da licença do profissional.

O uso dessas substâncias permanece permitido no tratamento de problemas de saúde em que a aplicação delas tenha eficácia comprovada pela ciência. Não é o caso dos métodos de rejuvenescimento agora proibidos, que foram, inclusive, relacionados com casos de câncer e alterações hormonais graves, segundo informa Elisa Franco de Assis Costa, membro da Câmara Técnica de Geriatria do CFM.

A partir da publicação, profissionais ficam impedidos de oferecer tratamentos antienvelhecimento com a substância EDTA (etilenodiaminatetraacetico), classificada como "quelante", que promete quebrar o efeito de minerais como ferro, cálcio e alumínio que se acumulam no organismo, ou com o DHEA (dehidroepiandrosterona), um propulsor hormonal que reduziria marcas da idade.

Também fica vedada a aplicação do hormônio do crescimento e a indicação de ingestão de antioxidantes como gincobiloba, vitaminas C e E, para tratamentos rejuvenescedores.

“Há alguns anos esses tratamentos vêm se proliferando pelo Brasil. Isso explora a ilusão humana. Depois de analisarmos vários estudos relacionados ao tratamento antienvelhecimento, o conselho viu que não há comprovação de resultados positivos do uso de hormônios, antioxidantes, vitaminas, além da trocaína (um anestésico aplicado na veia para rejuvenescimento)”, explica a profissional.

Segundo o conselho, a nova regra reforça limitação imposta pelo Código de Ética Médica, em vigor desde 2010, que também desautoriza o emprego de técnicas sem comprovação cientifica.

A resolução atual também dialoga com os conteúdos das resoluções 1938/2010, que alerta para a ineficácia das práticas ortomoleculares com o intuito de combater processos como o antienvelhecimento, e a 1974/2011, que trata de publicidade médica.

A norma do ano passado proíbe médicos de anunciarem e prometerem resultados aos pacientes divulgarem o uso de métodos sem comprovação cientifica.

Cursos de especialização em xeque


Segundo o conselho, uma das preocupações recentes que levaram à publicação da norma foi o surgimento de cursos de extensão, de educação continuada e pós-graduação em medicina antienvelhecimento.

De acordo com o Diário Oficial, há preocupação com o “treinamento de profissionais para a prescrição de hormônios e outros tratamentos ainda sem comprovação científica, com o suposto objetivo de prevenir, retardar, modular ou reverter o processo de envelhecimento”.

Segundo a médica do CFM, um dos motivos de acelerar a publicação da normativa foi a chegada de uma solicitação ao conselho para avaliar a criação de um curso de modulação hormonal, que ainda não existia no Brasil e para a qual não há comprovação científica de eficácia.

“Por enquanto não há ainda uma solução [para retardar a velhice]”, disse. Segundo Elisa, alguns tratamentos, como a ingestão de vitamina E, já são relacionados com casos de câncer de próstata em homens. Ela afirma também que o tratamento com o hormônio DHEA pode provocar distúrbios, como aumento das taxas de hormônios masculinos em mulheres.

Pacientes podem denunciar profissionais que ainda utilizarem os métodos ou divulgarem benefícios sobre eles para o CFM, que repassará informações aos Conselhos Regionais de Medicina (CRM). Caso haja a constatação da ilegalidade, um processo de investigação deverá ser aberto e o profissional pode perder a licença médica de forma definitiva como punição.

Hábitos de vida retardam envelhecimento



Segundo doutora Elisa, para ter um envelhecimento saudável é preciso ter melhores hábitos de vida e atividades mentais, além de controlar fatores de riscos para doenças e tratar problemas de saúde crônicos.

“Até a cidade em que vivemos influencia o envelhecimento saudável. Cabe ao profissional médico buscar e recomendar aquilo que funcione para o paciente e que vai lhe trazer benefícios”, conclui.

Fonte: G1.comCFM

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Ministério da Saúde diminui idade mínima para cirurgia bariátrica de 18 para 16 anos.




O Ministério da Saúde (MS) resolveu diminuir a idade mínima para as pessoas que precisam de uma cirurgia bariátrica em casos que há risco de vida do paciente – de 18 passou para 16 anos. A medida fez parte das comemorações em torno do Dia Nacional de Prevenção da Obesidade (11 de outubro).

A iniciativa foi tomada com base em estudos que apontam o aumento crescente da obesidade entre os adolescentes, como a Pesquisa de Orçamento Familiar de 2009 (POF), que verificou que na faixa de 10 a 19 anos, 21,7% dos brasileiros apresentam excesso de peso – em 1970, este índice estava em 3,7%.

Segundo a Assessoria de Comunicação do Ministério, antes de realizar a cirurgia, o paciente entre 16 e 65 anos deve passar por avaliação clínica e cirúrgica e ser acompanhado por uma equipe multidisciplinar durante dois anos. Nesse período, o paciente é submetido a dieta e à prática de atividades físicas e, se os resultados não forem positivos em relação a esse e outros métodos convencionais, a cirurgia é recomendada.

De acordo com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a medida tem como finalidade ampliar o acesso e dar mais qualidade à cirurgia bariátrica, uma vez que será aprimorado o que já existe no Sistema Único de Saúde (SUS) nessa questão.

Ações Primárias

Além disso, o MS continuará fortalecendo as ações primárias e de prevenção da obesidade por meio do incentivo à mudança dos hábitos de vida da população, especialmente no que se refere à alimentação adequada e à prática de exercícios físicos regulares.

Atualmente, o SUS autoriza três técnicas de cirurgia bariátrica: Gastroplastia com derivação intestinal; Gastrectomia com ou sem desvio duodenal; e Gastroplastia Vertical em Banda. Esta última será substituída porque mostra significativo índice de recidiva de ganho de peso por parte do paciente.

No lugar dela está prevista a inclusão da Gastrectomia Vertical em Manga (Sleeve), um dos novos procedimentos bariátricos que tem recebido aceitação global, com bons resultados em múltiplos centros em vários países.

Plástica

Também há novidade na cirurgia plástica reparadora pós-operatória. Além da oferta da dermolipctomia abdominal – cirurgia plástica reconstrutiva do abdome para correção dos excessos de pele -, o SUS quer realizar a cirurgia dermolipectomia abdominal circunferencial pós-gastroplastia. Trata-se de cirurgia plástica reconstrutiva do abdome e da região posterior do tronco, realizadas em um único ato cirúrgico para correção dos excessos de pele. 

Fonte: Abeso

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Anvisa proíbe injeção de extratos vegetais sem registro


A Anvisa determinou, nesta segunda-feira (8/10), a suspensão da fabricação, manipulação, distribuição, comércio e uso de qualquer medicamento injetável a base de extratos vegetais, isolado ou em associação com outras substâncias vegetais ou sintéticas, que não tenha aprovação na Agência.

A proibição atinge apenas os produtos injetáveis que não provaram a sua eficácia e segurança. Qualquer extrato vegetal que não tenha comprovação científica para ser utilizado como produto injetável pode trazer riscos à saúde, se for administrado por esta via.

Foram identificadas propagandas na internet que sugerem o uso injetável (parenteral) de substâncias, como chá verde, para emagrecimento e combate às gorduras localizadas. No entanto, não existem estudos que comprovem a segurança e eficácia da aplicação injetável de medicamentos que contenham chá verde ou outros extratos vegetais.

Não há qualquer vedação ao uso e venda de medicamentos fitoterápicos de via oral que contenham chá verde e possuam registro na Anvisa. Já o alimento chá verde é dispensado de registro e pode ser utilizado normalmente.

A suspensão dura o tempo necessário para a regularização dos produtos junto a Agência e tem validade imediata após divulgação da medida no Diário Oficial.

Veja a RE 4.302/2012, publicada no Diário Oficial da União

Pâmela Paiva - Imprensa/Anvisa
Fonte: Anvisa