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quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Câncer de Tireóide diagnosticado em Cristina Kirchner é o tipo mais comum

O carcinoma papilífero da tireóide, que atinge a presidente argentina Cristina Kirchner, de 58 anos, é o tipo mais comum de tumor maligno nessa glândula, segundo o cirurgião Fernando Luiz Dias, chefe do serviço de cirurgia de cabeça e pescoço do Instituto Nacional do Câncer (Inca), no Rio, e a endocrinologista Ana Rossi, do Hospital Sírio-Libanês e do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp). Os outros tipos de câncer na tireóide são o folicular e o medular.



Na noite desta terça-feira (27), o governo argentino anunciou que Kirchner foi diagnosticada com câncer no lobo direito da tireóide e deve ser operada no próximo dia 4, no Hospital Universitário Austral, em Buenos Aires. A recuperação deve durar cerca de 20 dias. Ela tirou licença, e o governo vai ser exercido interinamente pelo vice, Amado Boudou.

De acordo com Dias, o carcinoma papilífero responde por 70% a 86% dos casos de câncer na tireóide. Entre os tumores em geral, ele é o quinto mais freqüente nas mulheres brasileiras, conforme dados do Inca. Esse tumor aparece atrás apenas do de pele não melanoma, mama, colo do útero, cólon e reto. Na sequência, vêm os cânceres de pulmão, estômago e ovário.

A tireóide está localizada no pescoço, tem formato de borboleta e é responsável por diversas funções no organismo, que vão do crescimento à regulação da temperatura corporal.

De acordo com o Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos (NIH, na sigla em inglês), a taxa de sobrevivência desses pacientes por mais de 10 anos após a descoberta da doença chega a 95%. Ana Rossi afirma que as chances de cura dependem do tamanho do tumor, de uma identificação precoce, da idade da pessoa e se há extensões para fora da região, como gânglios linfáticos ou metástases – o que não é o caso de Cristina.

A origem do câncer está nas células foliculares que produzem o hormônio tireoidiano (tiroxina ou T4), e a faixa mais atingida é a das mulheres: em torno de três casos para cada homem. Mas a doença no sexo masculino costuma ser mais agressiva. Apesar disso, de acordo com a médica, a mortalidade do carcinoma papilífero é baixa.
A faixa etária de maior risco, entre as mulheres, vai dos 30 aos 50 anos, aponta Dias. Já entre os homens a incidência aparece mais tarde, dos 50 aos 75 anos.

Detecção e diagnóstico

Esse tipo de câncer na tireóide – que tem em média 1 a 2 cm – não manifesta sintomas clínicos visíveis em estágios iniciais e geralmente é detectado em ultrassonografias de rotina, como foi o caso da presidente argentina. As mulheres são mais diagnosticadas de forma precoce justamente por isso: porque vão mais ao médico preventivamente. E os ginecologistas têm sido orientados a solicitar o monitoramento da tireóide.

Um ultrassom com Doppler colorido pode complementar o diagnóstico, e uma punção feita com uma agulha no pescoço é capaz de indicar se o câncer é benigno ou maligno, segundo Dias. "Cerca de 8% a 12% dos cânceres na tireóide são malignos", diz.

A doença só apresenta alterações fisiológicas, como rouquidão e problemas de deglutição, em fases muito avançadas, completa o médico. Ana Rossi explica que esse tipo de câncer pode levar anos ou até décadas para evoluir para um quadro mais grave. E a hipotensão (pressão arterial baixa) de Cristina nada tinha a ver com a doença.

Sobre os fatores de risco, o único conhecido pelos médicos é a exposição à radiação nuclear (principalmente na infância), como no caso de Chernobyl, e pode haver influência genética, mas é raro. De acordo com a endocrinologista, a única forma de prevenção é realmente fazer check-ups periódicos.

Tratamento e riscos da cirurgia

"O tratamento inclui cirurgia e/ou ingestão de iodo radioativo, que é a matéria-prima para o hormônio da tireóide e age na destruição das células normais e também cancerígenas", explica Ana Rossi. Quimioterapia e radioterapia não são indicadas, e quem cuida do paciente é um endocrinologista ou cirurgião de cabeça e pescoço – oncologistas só tratam os casos mais graves.

De acordo com a médica, a cirurgia envolve um pequeno corte horizontal – de cerca de 3,5 cm – nas pregas do pescoço, com bom resultado estético. E já há estudos envolvendo procedimentos minimamente invasivos. Na Coréia do Sul e nos EUA, robôs começam a fazer a operação, com uma incisão pela axila.

Em geral, a cirurgia prevê a retirada toda a glândula, mesmo que o tumor seja pequeno. O paciente, então, deve fazer reposição hormonal para a vida inteira, com um comprimido de levotiroxina (hormônio sintético) por dia. É o mesmo remédio prescrito para quem tem hipotireoidismo, ou seja, mal funcionamento da glândula.

O cirurgião Fernando Dias destaca que o procedimento é muito delicado e deve ser feito por um médico experiente, pois pode atingir os nervos da laringe e interferir na mobilidade das cordas vocais, o que é capaz de causar rouquidão no pós-operatório – algo que pode passar em um a três meses ou se tornar uma lesão permanente.

Com isso, a pessoa pode ficar rouca, fazer muito esforço para falar e se cansar facilmente, e perder a intensidade e os agudos da voz. Nesse caso, tratamentos fonoterápicos ajudam.

Outro risco da operação é que a tireóide fica muito próxima das paratireóides, quatro pequenas e frágeis glândulas que ficam atrás da tireóide e são responsáveis pelo metabolismo do cálcio no organismo.
"As paratireóides devem ser identificadas antes da cirurgia e a vascularização delas, preservada. Pois, ao contrário da tireóide, que pode ser retirada e o paciente receber suplementação, não existe reposição sintética do hormônio da paratireoide", explica Dias. A suplementação se dá apenas por meio de ingestão de cálcio e vitamina D, mas é algo muito mais complexo, de acordo com o médico.

Após a cirurgia, Ana Rossi diz que a pessoa pode ter uma vida normal, sem engordar nem sofrer nenhuma outra alteração. Só precisa tomar o medicamento corretamente. "Via de regra, não há mudanças hormonais por esse câncer", afirma Dias.

Casos no Brasil

Para 2012, o Inca estima 10.590 casos novos de câncer da tireóide, com risco de 11 casos para cada 100 mil mulheres.
Sem considerar os tumores da pele não melanoma, o câncer da tireóide em mulheres é o terceiro mais incidente na região Norte (7 em 100 mil). No Sudeste (15 em 100 mil) e no Nordeste (6 em 100 mil), ocupa a quarta posição. Já nas regiões Sul (10 em 100 mil) e Centro-Oeste (6 em 100 mil), fica na quinta e na sexta posições. Como a ocorrência em homens é muito pequena, não há estimativas no país.

No mundo, o câncer da tireóide é considerado raro na maioria das populações mundiais, representando entre 2% e 5% do total de câncer em mulheres e menos de 2% em homens. Japão, países da América Central e ilhas do Pacífico, porém, são considerados de alto risco para mulheres, com incidência superior a 5 casos por 100 mil.

Na maioria dos países, as taxas de incidência nas últimas décadas mostram um padrão de crescimento lento, mas contínuo, de 1% ao ano. Segundo informações da mais recente publicação "Cancer Incidence in Five Continents", no período de 1973 a 2002 a incidência aumentou mais de cinco vezes na maioria das populações analisadas. Já o índice de mortalidade caiu, provavelmente em virtude da melhoria no tratamento.
Fatores alimentares (como padrão dietético de peixes e frutos do mar), ambientais e genéticos podem estar envolvidos na doença, que tem registrado também uma elevação de casos de câncer com mais de 4 cm e metástases.

Segundo estudos, a deficiência crônica ou o excesso de iodo no organismo poderia levar à hiperplasia e à hipertrofia das células foliculares. Esse fenômeno pode estar associado a um maior risco de desenvolvimento do câncer da tireóide.
Fonte: G1.com

Quer saber mais sobre o câncer de tiróide? Veja outros posts neste Blog.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Ação de comunicação esclarece sobre inibidores de apetite

Começa nesta terça-feira (27/12) uma ação de comunicação da Anvisa para esclarecer a população sobre a retirada dos inibidores de apetite do mercado. A campanha também chama a atenção para a necessidade da adoção de hábitos saudáveis.

Nesta primeira fase, a ação será veiculada nas rádios de nove capitais, no formato testemunhal, ou seja, feito pelo próprio apresentador do programa. Ao todo serão 43 rádios nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Fortaleza, Belo Horizonte, Curitiba, Recife, Porto Alegre e Salvador. As cidades foram avaliadas como prioritárias para atingir o público alvo consumidor de emagrecedores.

O texto da mensagem que será transmitida no rádio lembra a população de que a melhor maneira de emagrecer é ter uma vida saudável, com alimentação balanceada e atividade física semanal. Em fevereiro, a segunda parte da campanha será veiculada nas TVs em rede nacional.

No último mês de outubro, a Anvisa decidiu cancelar os registros dos medicamentos do tipo anfetamínicos, utilizados como inibidores de apetite. A decisão foi motivada pela reavaliação destes produtos que demonstrou a ausência de dados positivos sobre sua eficácia e segurança. Na mesma ocasião, a Anvisa definiu regras mais rígidas para o medicamento Sibutramina, utilizado no tratamento da obesidade.


Fonte: Anvisa

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Entra em Vigor RDC que Proíbe Anorexígenos

Dia 10/12, após extensa polêmica, entrou em vigor Resolução que proíbe anorexígenos.

Após grande polêmica entre a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e diversas entidades e associações médicas, inclusive a ABESO, entrou em vigor, no dia 10 de dezembro, a Resolução nº 52 (RDC 52/11) da Anvisa.
Com isso, estão proibidas a fabricação, importação e a comercialização dos medicamentos à base de anfepramona, femproporex e mazindol. Já a sibutramina, ficará restrita a indivíduos com IMC igual ou maior a 30kg/m2, com idade entre 18 e 65 anos.
Segundo a Dra. Rosana Radominski, presidente da ABESO, a grande maioria dos indivíduos que necessita de medicação não poderá ser beneficiada e, infelizmente, a migração para a prescrição de medicações off label  ou para procedimentos cirúrgicos desnecessários, ocorrerá, inevitavelmente. 
“Apesar do imenso esforço de toda a equipe da ABESO, incluindo a diretoria, o Conselho Deliberativo e vários outros membros da Associação, com o reforço significativo da SBEM, na pessoa incansável do Dr. Ricardo Meirelles, não foi possível manter nosso arsenal terapêutico intacto. Até mesmo o recurso jurídico do Conselho Federal de Medicina foi negado. Não foi um final feliz”, lamenta a Dra. Rosana.
Com relação à sibutramina, a presidente da ABESO lembra que haverá a necessidade do cadastro do profissional médico junto ao Sistema Nacional de Notificações para a Vigilância Sanitária e o preenchimento de um Termo de Responsabilidade do Prescritor em 3 vias.
O site do Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo (CRF SP) listou as principais mudanças para os farmacêuticos; as farmácias com manipulação de fórmulas; as drogarias e farmácias que dispensam as especialidades; os prescritores e para os detentores de registro.
Fonte: Abeso

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Proteja-se do Câncer de Tireóide

O auto-exame da tireóide também é importante


Apesar de pouco comum, é preciso estar atento ao câncer de tireoide. Diagnosticado a partir de um tumor maligno de crescimento dentro da glândula da tireoide, possui excelentes perspectivas de tratamento. Assim como o câncer de mama, atinge na sua maioria mulheres acima de 35 anos. Porém, atinge também homens e mulheres entre 25 e 65 anos, principalmente, sendo três vezes mais frequente em mulheres.
Geralmente, o câncer de tireoide é descoberto pelo próprio paciente através do autoexame, que pode ser realizado a qualquer hora do dia, em qualquer lugar. Desse modo, no caso de encontrar alguma alteração (uma protuberância ou nódulo) na base do pescoço, é importante que consulte imediatamente um endocrinologista. Concluído o exame físico, pelo autoexame e pelo exame realizado pelo médico, ele solicitará novos exames para um diagnóstico conclusivo.
Algumas vezes, o câncer de tireoide pode reaparecer, após seu tratamento, ou se espalhar por outras partes do corpo. Por este motivo, os médicos recomendam um acompanhamento por meio de exames periódicos.
Algumas evidências científicas mostram que a exposição à radioatividade (a irradiação) externa, na cabeça ou no pescoço, pode provocar o câncer de tireoide. Pessoas expostas à radiação (terapias com Raios-X) entre as décadas de 20 e 60 (para o tratamento de acnes, amigdalite ou adenoides, por exemplo) têm maior risco de desenvolver o carcinoma de tireoide.
Os Números do Câncer
O câncer de tireoide ou carcinoma primário de tireoide (carcinoma tireoideano) é uma forma relativamente comum de doença maligna. Os nódulos tireoideanos são encontrados em 10% da população adulta, sendo benignos em mais de 90% dos casos. A maioria dos doentes apresentam uma excelente sobrevida a longo prazo.
A incidência da doença aumentou 10% na última década, mas o número de mortes relacionadas ao carcinoma tireoideano diminuiu. Cerca de 85% dos pacientes com doença diagnosticada e tratada em estágio inicial se mantém vivos e ativos.
De 65 a 80% destes cânceres são diagnosticados como câncer de tireoide papilar; 10 a 15%, como folicular; 5 a 10%, como medular e 3 a 5%, como anaplásico. Muitos médicos acreditam que os exames realizados dos primeiros 5 a 10 anos após a cirurgia de extração do tumor na tireoide são críticos.
Tipos de Câncer de Tireoide
Carcinoma papilifero – é o tipo mais comum. Pode aparecer em pacientes de qualquer idade, porém predomina entre os 30 e 50 anos. Devido à longa expectativa de vida, estima-se que uma entre mil pessoas tem ou teve este tipo de câncer. A taxa de cura é muito alta, chegando a se aproximar de 100%.
Carcinoma folicular – Tende a ocorrer em pacientes com mais de 40 anos. É considerado mais agressivo do que o papilifero. Em dois terços dos casos, não tem tendência à disseminação. Um tipo de carcinoma folicular mais agressivo é o Hurthle, que atinge pessoas com mais de 60 anos.
Carcinoma medular – Afeta as células parafoliculares, responsáveis pela produção da calcitonina, hormônio que contribui na regulação do nível sanguíneo de cálcio. Esse tipo de câncer costuma se apresentar de moderadamente a muito agressivo, sendo de difícil tratamento.

Carcinoma anaplásico – É muito raro. Porém é o tipo mais agressivo e tem o tratamento mais difícil, sendo responsável por dois terços dos óbitos de câncer da tireoide.
 Fonte: SBEM