Bem vindos ao blog Endocrinologia em Pauta! Nele você encontrará um conteúdo fidedigno, atualizado, notícias e curiosidades para as pessoas que se interessam pos assuntos relacionados à Endocrinologia, Nutrição e Saúde em geral.


quinta-feira, 29 de setembro de 2011

A Atividade Física Ideal Para Pacientes Diabéticos




Após realizar os exames médicos e a avaliação física, é hora de escolher o seu exercício. Mas antes é preciso fazer algumas considerações sobre as modalidades de atividade física que a pessoa com diabetes pode realizar.

A escolha da atividade deve levar em consideração alguns princípios:

- Ser predominantemente aeróbica, ou seja, deve utilizar oxigênio em suas reações e favorecer a queima de glicose e gordura para fornecimento de energia;

- Não deve oferecer riscos desnecessários ao praticante, nem colocá-lo em situações onde o socorro não seja possível;

- Deve levar em consideração as limitações físicas e/ou alterações que comprometam o controle glicêmico.

Com base nessas informações, as modalidades mais aconselháveis são: caminhada, corrida, natação, ginástica aeróbica de baixo impacto, hidroginástica, ciclismo, dança etc.

Atividades Desaconselhadas
As atividades não aconselhadas basicamente se resumem àquelas que contribuem para exacerbação de algum problema pré-existente ou que seja inseguro no controle glicêmico. Entre elas, temos:

- Exercícios que proporcionem lesões nos pés daqueles que têm neuropatia ou alteração vascular periférica, como correr, saltar etc;

- Esportes de contato, como boxe e algumas lutas marciais, quando a pessoa tiver retinopatia;

- Praticamente toda modalidade esportiva caso a pessoa apresente retinopatia proliferada não estacionada, pois o exercício, muito provavelmente, incorrerá em hemorragia retiniana, com sérios danos à visão;

- Problemas cardíacos desaconselham qualquer atividade sem controle rigoroso e acompanhamento minucioso de seu médico.

Há aquelas atividades que, apesar de não serem totalmente desaconselhadas para os jovens com pouco tempo de diabetes, necessitam de rigoroso acompanhamento glicêmico, como: maratona, alpinismo, mergulho em profundidade, competições em geral, halterofilismo etc.

Assim, cabe a você, com a concordância de seu médico e/ou professor, escolher a modalidade que melhor lhe agrade, desde que tenha como principais objetivos sua saúde e bem estar. Aconselhamos como modalidades ideais: caminhada, tênis, natação, ciclismo, hidroginástica e todas as atividades que possam ser realizadas em um ritmo natural e de forma contínua, onde o prazer e a ludicidade predominem sobre a competição.

*Consultoria: Dr. Marco Antônio Vívolo, membro do Conselho Científico do site da Sociedade Brasileira de Diabetes.

Fonte: SBD

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

10 coisas que você precisa saber sobre o uso de Anabolizantes

O uso de anabolizantes vem se tornando, a cada dia, um hábito comum, principalmente pelas pessoas que praticam esportes, para aumentar a competitividade, ajudar na cura de lesões ou simplesmente por questões estéticas. Porém, o consumo excessivo desse tipo de produto é muito perigoso e pode causar danos irreparáveis ao corpo humano.

1.    Os esteróides androgênicos anabólicos, mas conhecidos como anabolizantes, é um produto derivado principalmente da testosterona, hormônio responsável por muitas características que diferem homem e mulher. Eles atuam no crescimento celular e em tecidos do corpo, como o ósseo e o muscular.

2.    O uso de anabolizantes gera efeitos colaterais, tanto em homens e mulheres, como:  aumento de acnes, queda do cabelo, distúrbios da função do fígado, tumores no fígado, explosões de ira ou comportamento agressivo, paranóia, alucinações, psicoses, coágulos de sangue, retenção de líquido no organismo, aumento da pressão arterial e risco de adquirir doenças transmissíveis (AIDS, Hepatite).

3.    No caso das mulheres, o uso de anabolizantes pode gerar características masculinas no corpo, como engrossamento da voz e surgimento de pêlos além do normal. Além disso, aumento do tamanho do clitóris, irregularidade ou interrupção das menstruações, diminuição dos seios e aumento de apetite.

4.    Nos homens, o excesso de anabolizantes pode causar aparecimento de mamas, redução dos testículos, diminuição da contagem dos espermatozóides e calvície.

5.    Em adolescentes, as consequências podem ser piores, como comprometimento do crescimento, maturação óssea acelerada, aumento da frequência e duração das ereções, desenvolvimento sexual precoce, hipervirilização, crescimento do falo (hipogonadismo ou megalofalia), aumentos dos pelos púbicos e do corpo, além do ligeiro crescimento de barba.

6.    Esses hormônios podem ser usados clinicamente e, ocasionalmente, serem prescritos sob orientação médica para repor o hormônio deficiente em alguns homens e para ajudar pacientes aidéticos a recuperar peso. Nos casos de necessidade clínica, os pacientes são indicados a tomarem apenas doses mínimas para apenas regularizar sua disfunção.

7.    O uso das injeções de anabolizantes esteróides pode levar ao risco de infecção pelo HIV e vírus da hepatite, se as agulhas forem compartilhadas. Esteróides Anabólicos obtidos sem uma prescrição não são confiáveis, pois podem conter outras substâncias, os frascos podem não ser estéreis e, além disso, é possível que nem esteróides contenham.

8.    Usar anabolizantes, sem orientação médica, é proibido, além de ser de grande risco para a saúde. Entretanto, por aumentarem a massa muscular, estas drogas têm sido cada vez mais procuradas e utilizadas por alguns atletas para melhorar a performance física e por outras pessoas para obter uma melhor aparência muscular.

9.    Um estudo de 2007 traçou o perfil do usuário de anabolizantes no mundo. De acordo com os dados, o usuário típico não é o adolescente ou o atleta, mas o homem de cerca de 30 anos, bem educado e com renda alta, segundo um estudo publicado hoje. Foram pesquisados 2.663 homens e mulheres de 81 países, indicando que o motivo principal para o uso desses compostos é o aumento da musculatura.

10.    Muitos atletas consomem anabolizantes a fim de conseguirem uma melhora na performance dentro do esporte. Os anabolizantes, quando entram em contato com as células do tecido muscular, aumentam o tamanho dos músculos do corpo humano. Porém, isso é caracterizado Doping, e o esportista pode ser punido por isso, como já ocorreu em inúmeros casos.  Dependendo da situação, o atleta pode ser banido do esporte.

Fonte: SBEM

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Posicionamento da Novo Nordisk sobre o Victoza (Liraglutide)

Prezados Pacientes,

Vejam abaixo a carta que recebi em meu consultório da empresa Novo Nordisk, fabricante do medicamento Victoza (Liraglutide), a respeito do seu posicionamento em relação as indicações da medicação, reforçando o que venho dizendo nas últimas semanas.

Att.
Renata Antonialli

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Ciência Comprova Benefício do Chá Verde Contra Obesidade



Vejam esse estudo sobre alguns benefícios do chá verde realizado pela USP.
No entanto, vale lembrar que o consumo do chá não deve ser exagerado para não causar prejuízos à saúde.
Procure sempre seu médico antes do uso para ver se não há contra-indicações.

Att.
Renata Antonialli

Chá verde realmente ajuda no combate à obesidade, diz estudo da USP.



Estudo realizado na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (USP/Esalq) acaba de comprovar que o consumo do chá verde traz benefícios na luta contra o excesso de peso e a obesidade.

Na pesquisa, a taxa metabólica de mulheres com sobrepeso e obesidade grau 1 foi comparada em períodos pré e pós consumo de chá verde, aliada ou não à prática de exercício físico
.

O experimento faz parte da pesquisa realizada pelo
Departamento de Agroindústria, Alimentos e Nutrição (LAN), da Esalq, que também avaliou a aceitabilidade do chá verde, assim como possíveis reações adversas
causadas pelo seu consumo.

O estudo analisou os efeitos do consumo de chá verde e da prática ou não de exercício físico resistido sobre a
Taxa Metabólica de Repouso (TMR) e a composição corporal em mulheres com Índice de Massa Corporal (IMC)
entre 25 a 35 kg/m.

Divididas em quatro grupos, as voluntárias seguiram o protocolo da pesquisa durante dois meses. O grupo 1 tomou chá verde; o grupo 2,
placebo. Por outro lado, o terceiro grupo ingeriu o chá e praticou exercício, enquanto o quarto tomou placebo, mas não se exercitou.


Resultados


Ao final da pesquisa, verificou-se que o grupo 1 perdeu uma quantidade de peso bastante significativa para o período de estudo: cerca de 5,7kg, com manutenção da
massa magra.

Já o grupo 2, que utilizou o placebo, não perdeu peso e ainda ganhou
massa gorda
e diminuiu a massa magra.

O grupo 3, que aliou exercício físico de resistência ao chá verde, mudou sua
composição corporal, apresentando maior perda de gordura, maior ganho de massa muscular, maior aumento de força muscular e redução dos níveis de triglicérides
superiores aos do grupo 4 (placebo com exercícios físicos de resistência).

O estudo foi realizado por Gabrielle Aparecida Cardoso, aluna do programa de pós-graduação de
Ciência e Tecnologia dos Alimentos da Escola Superior de Agricultura Luiz Queiroz (USP/Esalq), com apoio da bolsa de mestrado da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e orientação da professora Jocelem Mastrodi Salgado, do LAN.


Benefícios


Segundo o estudo, o chá verde é a segunda bebida mais consumida no mundo e contém grande quantidade de compostos que proporcionam vários benefícios à saúde. Entre eles, a redução do risco de doenças cardiovasculares e de alguns tipos de câncer, melhoria das funções fisiológicas, efeito anti-hipertensivo, proteção ultravioleta e aumento da densidade mineral óssea.

Fonte: Abeso

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

SBD e posicionamento sobre liraglutide e revista VEJA

A revista VEJA publicou uma reportagem, sendo inclusive matéria de capa, sobre uma medicação: a  liraglutide (nome comercial: Victoza).Nesta reportagem relatam: “PARECE MILAGRE! Um novo remédio faz emagrecer entre 7 a 12 quilos em apenas cinco meses.”
O liraglutide, é um fármaco sintético, e tem como ação primária aumentar as ações de hormônios intestinais como o GLP-1, que apresentam várias ações benéficas no organismo, principalmente no controle do metabolismo da glicemia agindo na biomodulação do glucagon e da insulina no pâncreas de pacientes diabéticos.
Esses dados foram comprovados em diversos estudos clínicos, o que permite colocá-lo como mais uma interessante arma no controle da glicemia nos portadores dessa doença. Portanto, até o momento, essa é a única indicação disponibilizada pelas diversas agencias reguladoras em todo mundo: o tratamento da hiperglicemia em portadores de diabetes tipo 2.

Além destes efeitos, estudos têm sinalizado para que esses fármacos também apresentem ações sacietógena central, redução na velocidade do esvaziamento gástrico e motilidade intestinal, levando, com isso, a perda de peso inicial nos diabéticos estudados.

Droga similar já existe a cerca de cinco anos, chamada Exenatide (nome comercial: Byetta). A liraglutida apresenta algumas diferenças para o exenatide, entre elas a vantagem de aplicação única diária, e uma perda de peso maior. Esta perda de peso é inferior ao que foi mostrado na reportagem.

O fator mais importante é que esta medicação foi lançada para tratamento de Diabetes tipo 2, associada à mudança de estilo de vida, e não para tratamento de obesidade. Quanto ao  uso desse medicamento  em obesos não diabéticos, os estudos são ainda escassos, se restringem a poucos pacientes, além de serem de curta duração.  Estudos mais abrangentes encontram-se em curso, o que permitirá no futuro às agencias reguladoras e mesmo às Sociedade Médicas a possibilidade de avaliar de forma prudente e madura sobre a eventual indicação para o tratamento da obesidade.

O próprio laboratório responsável pela liraglutide no Brasil está enviando nota para as entidades e aos médicos deixando claro este posicionamento.

Este padrão de matéria cria vários problemas, como:
  1. Estimula uma fantasia na cabeça do paciente que existe uma medicação milagrosa que faz emagrecer rápido, inclusive desestimulando adequados hábitos alimentares e de exercício físico.
  2. O paciente procura o médico apenas para querer a prescrição, não valorizando inclusive doenças concomitantes associadas ao excesso de peso
  3. A lei da oferta e procura lança o preço para valores exorbitantes. Em Belo Horizonte está em R$ 394.00 reais e o estoque esgotado, com previsões de reposição somente para daqui a uma semana.
  4. Existem estudos para o uso da medicação em obesos, ou pelo menos IMC ≥ 27, mas ainda estão em andamento. Precisaremos no mínimo mais um ano para tomar conhecimento dos resultados, inclusive se haverão efeitos colaterais importantes.
  5. Estamos vendo uma repetição do que foi feito no passado com outras drogas que ofereceram uma mágica, obtiveram uma imensa venda no início e com o tempo  foram retiradas do mercado, ou praticamente não são mais prescritas.
  6. Portanto, a Liraglutida não está indicada no momento para uso em obesos não diabéticos.
A Sociedade Brasileira de Diabetes condena propagandas como esta, com um alto grau de sensacionalismo, aproveitando populações portadoras de problemas de saúde que podem levar a baixa estima, e por serem ávidos de soluções, se transformam num público fácil de serem persuadidos.
Matérias como esta prestam um desserviço aos pacientes, e dificultam o trabalho de quem realmente deseja, baseado em ciência, prestar reais benefícios a quem necessita.

Saulo Cavalcanti
Presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes

Fonte: SBD

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Victoza: a polêmica continua...

Confesso que fiquei na expectativa de ler a Revista Veja dessa semana, edição número 2234,  para ver se haveria alguma manifestação por parte da revista em relação a matéria de capa da semana passada "Parece Milagre".

Fiquei frustrada ao ver que as opiniões dos leitores publicadas se limitaram aos custos da medicação e outras experiências bem sucedidas - mais uma vez reforçando o uso do Liraglutide (Victoza) no tratamento da obesidade isolada, como algo milagroso, sem muitos efeitos colaterais e sem riscos.

A Veja apenas publicou uma pequena nota na página 37, a pedido da Anvisa, sobre a sua posição oficial em relação ao medicamento. No entanto, não foi dada a merecida ênfase, apesar da polêmica e discussão que a matéria causou no decorrer dos últimos dias. (para ver o parecer oficial da Anvisa, clique aqui).

Ouvi uma entrevista hoje, da Dra. Cintia Cercato, Médica do Serviço de Endocrinologia e Metabologia do Hospital das Clínicas, concedida à Rádio Estadão ESPN, bem explicativa sobre o assunto.

Para ouvir a entrevista completa e saber mais a opinião de outro endocrinologista, clique aqui.

Lembro que o Liraglutide (Victoza) é promissor e poderá ser aprovado para tratamento dos paciente obesos. No entanto, devemos ter cautela e esperar a conclusão da fase 3 dos estudos clínicos para que a droga seja prescrita com segurança para essa população. Aqueles que puderem, repassem essas informações para outras pessoas, a fim de diminuirmos o uso indiscriminado do Victoza por parte de pacientes não diabéticos, estimuladas pela falsa idéia do "milagre do emagrecimento". 

Não coloque em risco a sua saúde!!

Att.
Renata Antonialli

domingo, 11 de setembro de 2011

Anvisa reforça esclarecimentos sobre medicamento Victoza após análise da reportagem da revista Veja

Em reunião de sua Diretoria Colegiada, no último dia seis, a Anvisa analisou a reportagem da revista Veja, intitulada “Parece Milagre”, edição número 2.233 da revista VEJA, de 07/09/2001, e decidiu enviar à revista uma nota de esclarecimentos sobre o assunto, solicitando que esta nota seja publicada como um complemento à referida reportagem. 

A mesma nota também foi enviada para os demais veículos de imprensa e para instituições do âmbito da saúde como o Conselho Nacional dos Secretários Estaduais de Saúde (Conass), Conselho Nacional dos Secretários Municipais de Saúde (Conasems) e Conselho Federal de Farmácia, entre outros. Conheça a íntegra da nota:

Em relação a reportagem intitulada “Parece Milagre”, edição número 2.233 da revista VEJA, de 07/09/2001, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) esclarece que o Victoza é um produto “biológico”. Ou seja, trata-se de uma molécula de alta complexidade, de uso injetável, contendo a substância liraglutida. O medicamento, fabricado pelo laboratório Novo Nordisk, foi aprovado pela Anvisa para comercialização no Brasil em março de 2010, com a finalidade de uso específico no tratamento de diabetes tipo 2.  Portanto, seu uso não é indicado para emagrecimento.

A indicação de uso do medicamento aprovada pela Anvisa é como “adjuvante da dieta e atividade física para atingir o controle glicêmico em pacientes adultos com diabetes mellitus tipo 2, para administração uma vez ao dia como monoterapia ou como tratamento combinado com um ou mais antidiabéticos orais (metformina, sulfoniluréias ou uma tiazollidinediona), quando o tratamento anterior não proporciona um controle glicêmico adequado”.

Por tratar se de um medicamento “biológico novo”, o Victoza, assim como outros medicamentos dessa categoria, estão submetidos a regras específicas tanto para o registro quanto para o acompanhamento de uso após o registro durante os primeiros cinco anos de comercialização. Além disto, o produto traz a seguinte advertência no texto de bula: “este produto é um medicamento novo e, embora pesquisas tenham indicado eficácia e segurança aceitáveis, mesmo que indicado e utilizado corretamente, podem ocorrer eventos adversos imprevisíveis ou desconhecidos. Nesse caso informe seu médico.”

Para o registro do produto foram apresentados os relatórios de experimentação terapêutica com estudos não clínicos e clínicos Fase I, Fase II e Fase III comprovando a eficácia e segurança do produto, para o uso específico no tratamento de diabetes tipo 2.
É importante destacar que além dos estudos apresentados para o registro, encontra-se em andamento um estudo Fase IV (pós registro) para confirmação da segurança cardiovascular da liraglutida. Os resultados deste estudo podem trazer novas informações a respeito da segurança do produto.

O laboratório fabricante já enviou à Anvisa três relatórios sobre o comportamento do produto, trata-se do documento conhecido como PSUR (Relatório Periódico de Farmacovigilância). Além disto, o Novo Nordisk decidiu incluir, em junho de 2011, em seu Plano de Minimização de Risco (PMR) a alteração da função renal como um potencial efeito adverso do uso da medicação.

Nos estudos clínicos do registro e nos relatórios apresentados à Anvisa foram relatados eventos adversos associados ao Victoza, sendo os mais freqüentes: hipoglicemia, dores de cabeça, náusea e diarréia. Além destes eventos destacam-se outros riscos, tais como: pancreatite, desidratação e alteração da função renal e distúrbios da tireóide, como nódulos e casos de urticária.

Outra questão de risco associada aos produtos biológicos são as reações de imunogenicidade, que podem variar desde alergia e anafilaxia até efeitos inesperados mais graves. No caso da liraglutida a mesma apresentou um perfil de imunogenicidade aceitável para a indicação como antidiabético, o que não pode ser extrapolado para outras indicações não estudadas, por ausência de dados científicos de segurança neste caso.

Para o caso de inclusão de novas indicações terapêuticas deve-se apresentar estudo clínico Fase III comprovando a eficácia e segurança desta nova indicação.

A única indicação aprovada atualmente para o medicamento é como agente antidiabético. Não há até o momento solicitação na Anvisa por parte da empresa detentora do registro de extensão da indicação do produto para qualquer outra finalidade. Não foram apresentados à Anvisa estudos que comprovem qualquer grau de eficácia ou segurança do uso do produto Victoza para redução de peso e tratamento da obesidade.

Conclui-se pelos dados expostos acima que desde a submissão do pedido de registro a aprovação do medicamento para comercialização e uso no Brasil, a ANVISA fez uma análise extensa e criteriosa de todos os dados clínicos que sustentam a aprovação das indicações terapêuticas do produto contendo a substância liraglutida, através da comprovação de que o perfil de eficácia e segurança do produto é aceitável para indicação terapêutica como antidiabético.

A Anvisa não reconhece a indicação do Victoza para qualquer utilização terapêutica diferente da aprovada e afirma que o uso do produto para qualquer outra finalidade que não seja como anti-diabético caracteriza elevado risco sanitário para a saúde da população.

Fonte: Anvisa

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Posicionamento Oficial da ABESO em relação ao Liraglutide (Victoza)

Segue abaixo o posicionamento oficial da ABESO - Associação para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica - a respeito do Liraglutide (Victoza).

Mais um pouco de informação para reforçar o que eu venho dizendo aqui no Blog.

Att.

Renata Antonialli

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Novo Emagrecedor - ABESO esclarece a população sobre o Liraglutide, medicamento que inibe o apetite.

AINDA NÃO!! 
 
Esta semana, a reportagem de capa da revista VEJA é sobre um novo medicamento antidiabético que faz emagrecer. O liraglutide (VICTOZA) é um fármaco sintético que tem ação semelhante ao  hormônio  humano glucagon-like peptídeo (GLP-1). Tem ação pancreática na modulação da insulina e glucagon e auxilia no tratamento do Diabetes  Mellitus tipo 2. Além destes efeitos, também têm ação sacietógena, agindo tanto no sistema nervoso central (aumentando a saciedade e reduzindo a fome) como no trato digestivo, reduzindo o esvaziamento gástrico e a motilidade intestinal (o que também aumenta a saciedade). Desta forma, os diabéticos em uso do medicamento perdem peso porque comem menos. 

Este medicamento foi lançado recentemente no Brasil para o tratamento de Diabetes do tipo 2.  Os estudos em obesos não diabéticos de fase I e II mostraram que o medicamento tem poucos efeitos colaterais: cefaleia, náuseas e vômitos nas primeiras semanas de uso, efeitos estes que se atenuam com o tempo. A perda de peso é significativa (em média 7kgs).  Os estudos de fase III estão sendo realizados em 27 países, inclusive no Brasil. 

No entanto, diferente do que está escrito na reportagem, os pacientes que entraram neste estudo são obesos (IMC>30kg/m2)  ou com IMC >27kg com complicações como hipertensão arterial, dislipidemia e pré-diabetes. Os pacientes apenas com sobrepeso, sem comorbidades, foram excluídos do estudo. Todos os participantes estão sendo submetidos a uma dieta hipocalórica e reforços para aumentar a atividade física. Estes estudos estão no início e vão demorar pelo menos mais um ano. 

Só após o término deles é que a medicação pode ser submetida às agências sanitárias para receber a permissão de comercialização (no Brasil e no resto do mundo)

É importante salientar que:

1. Apesar de os resultados em relação à perda de peso serem promissores, o liraglutide não é milagroso. Há necessidade de mudanças comportamentais (dieta e exercícios).

2. O custo da medicação limita seu uso até pelos diabéticos (>250,00 reais por mês). 

3. Os efeitos adversos da medicação poderão ser mais bem avaliados a partir de seu lançamento, no pós-marketing (será utilizado por milhares de pacientes diabéticos).

4.  Não deve ser prescrito para o tratamento de obesidade em pacientes não diabéticos (uso off- label), até que os estudos específicos para obesidade sejam encerrados. E não é indicado para pacientes com sobrepeso sem complicações. O medicamento não foi submetido à aprovação das agências sanitárias para o tratamento de obesidade ou sobrepeso em indivíduos sem diabetes. 

Achamos, no mínimo, temerária a propaganda do uso indiscriminado deste medicamento para emagrecer. Está provocando uma verdadeira corrida aos consultórios médicos para a prescrição da medicação. Isto ocorreu recentemente com o Rimonabanto (Acomplia) – a pílula da barriga. A prerrogativa da prescrição da medicação era do paciente (ele já chegava ao consultório médico pedindo o medicamento), e não do médico. E também algum tempo atrás com o Orlistate (Xenical), cujo uso foi banalizado graças a propagandas como “se você quer perder alguns quilinhos, procure seu médico”. 

Isto não pode voltar a acontecer.  Temos que ter um pouco mais de paciência e de bom senso.  

Dra Rosana Bento Radominski
Presidente da Associação para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica -ABESO

Fonte: ABESO

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Victoza: "o remédio milagroso"



Desde a polêmica do Liraglutide (Victoza) no início dessa semana, inúmeros pacientes tem me procurado querendo que eu prescreva o "remédio milagroso" da Revista Veja para emagrecer.

Mais uma vez, volto a enfatizar que essa medicação ainda NÃO está liberada nem pela Anvisa e nem pelo próprio laboratório fabricante (Novo Nordisk)  para o uso em pacientes com obesidade isolada; APENAS para pacientes portadores de Diabetes Mellitus tipo 2. 

No jornal O Globo do último domingo, 4 de Setembro, foi publicada uma matéria sobre os anorexígenos, sibutramina e os novos medicamentos para obesidade, da qual participaram a Dra. Rosana Radominki, presidente do Departamento de Obesidade da SBEM, e o Dr. Amélio de Godoy-Matos, ex-presidente da SBEM. Apesar de os endocrinologistas terem sido ouvidos, a maior parte das respostas fornecidas não foi publicada e a SBEM se sentiu na obrigação de publicá-las na íntegra, com as explicações completas enviadas à reportagem do jornal. Também nessa reportagem, houve um esclarecimento por parte da Dra. Rosana Radominki,  a respeito da Liraglutide (Victoza). Segue abaixo o trecho:

Sobre o Liraglutide
Dra. Rosana Radominki - O Liraglutide é um fármaco análogo ao GLP-1 (glucagon-like peptide). O GLP1 tem efeitos no pâncreas melhorando a secreção de insulina e modulando a secreção de glucagon, com isto ajuda no controle do diabetes. Observou-se que também tem efeitos cerebrais e periféricos promovendo a saciedade e reduzindo a fome. Durante os estudos, além de melhorar o controle glicêmico, também ajudou a diminuir o peso dos pacientes. Já existem trabalhos publicados em obesos não diabéticos com excelentes resultados na perda de peso. No entanto somente é liberado para o uso em diabéticos (nome comercial = Victoza). Está sendo comercializado no Brasil desde Junho. Os estudos de fase III continuam, porque provavelmente as doses utilizadas para perda de peso serão maiores do que as utilizadas apenas para o controle do diabetes.  Por enquanto seu uso em obesos NÃO diabéticos é "off label". 

A reportagem está muito boa, objetiva e informativa. Para ler a matéria integral, clique aqui.

A Liraglutida (Victoza) é uma droga promissora no combate à Obesidade, porém não existe milagre! A base do tratamento da obesidade é SEMPRE adoção de mudanças de estilo de vida, com orientação dietoterápica e atividade física. 

Vamos esperar que as agências de saúde aprovem a medicação para o tratamento de Obesidade isolada e que os estudos clínicos sejam finalizados para que se determine a dose a ser utilizada, eficácia e principalmente a segurança do medicamento para essa finalidade.

Att.
Renata Antonialli

Fonte: SBEM

domingo, 4 de setembro de 2011

Parece Milagre!

A Revista Veja dessa semana, edição n. 2333, traz como capa um "novo remédio milagroso" para o emagrecimento.

Na verdade, o medicamento trata-se do Liraglutida (vendida sobre o nome comercial de Victoza).

A Liraglutida foi lançada há 3 meses no Brasil e simula uma substância natural do nosso organismo, o GLP-1, principal hormônio associado a sensação de saciedade e ao mecanismo de produção de insulina. Devido a essa última propriedade, essa droga é apenas indicada pelo fabricante (Novo Nordisk) e pelas agências de saúde, até o momento, para o tratamento de pacientes portadores de Diabetes Mellitus tipo 2, e não para obesidade isoladamente. 

Como a medicação tem se mostrado muito eficaz na perda de peso, a Novo Nordisk iniciou o processo para a aprovação da Liraglutida também como um emagrecedor. Os resultados das duas primeiras fases de testes em seres humanos são promissores. 

Agora, é aguardar a aprovação das agências de saúde para o uso do medicamento no tratamento da Obesidade - um problema de saúde pública grave que aumenta a cada dia em nosso país e em todo mundo.

Att.
Renata Antonialli

Fonte: Revista Veja

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Anvisa decide votar sobre inibidor de apetite em reunião pública


Em reunião da Diretoria Colegiada da Anvisa (Dicol) os diretores discutiram o Relatório Integrado sobre Eficácia e Segurança dos Medicamentos Inibidores de Apetite, apresentado hoje (31/8) pela área técnica. Seguindo recomendação do Diretor-Presidente, Dirceu Barbano, a Dicol decidiu que o relatório será votado em sua próxima reunião pública, em data a ser definida, com transmissão ao vivo no portal da Anvisa. A intenção da Dicol é mostrar a transparência do processo de tomada de decisão da Anvisa e dar amplo conhecimento ao relatório, que tem cerca de 700 páginas.

O Diretor-Presidente da Anvisa explicou os principais pontos do documento aos jornalistas que aguardavam o fim da reunião. De acordo com Dirceu Barbano, o relatório propõe a retirada,do mercado, de todos os derivados anfetamínicos e permite a manutenção da sibutramina com diversas restrições sanitárias. Barbano salientou que os técnicos da Anvisa sugerem a permanência da sibutramina devido a sua comprovada eficácia, que é a perda de 5 a 10% de peso em um período de quatro semanas em pacientes obesos e com o perfil recomendado para o uso do medicamento, que é ter Índice de Massa Corporal (IMC) superior a 30% e não ser portador de cardiopatia diagnosticada.
As demais restrições sanitárias sugeridas para o uso da sibutramina são: uso da medicação apenas em paciente com o perfil indicado; notificação de receita pelo médico; assinatura de um termo de responsabilidade pelo médico, paciente e farmácia de manipulação; avaliação mensal do paciente e notificação compulsória, pelo médico, de reação adversa no paciente.