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segunda-feira, 27 de junho de 2011

Hipotireoidismo - Será mesmo o novo vilão?

O início de deste mês de junho, foi marcado com o jogo de despedida do jogador Ronaldo Nazário. Já se sabia desde fevereiro que o Fenômeno do futebol, três vezes eleito como melhor jogador do mundo pela FIFA, além de ser o jogador com maior número de gols marcados em copas do mundo, havia declarado a sua aposentadoria em uma coletiva de imprensa.
Nos últimos anos ele havia sofrido muitas lesões e adquirido muito peso para um atleta profissional. No entanto, foi durante essa coletiva de imprensa em fevereiro deste ano, que o jogador fez uma declaração culpando a doença na tireóide – o HIPOTIREOIDISMO - como a causa de todos seus males.
O hipotireoidismo é muito comum. Pesquisas revelam que cerca de 5 milhões de brasileiros têm hipotireoidismo, a grande maioria ainda não diagnosticada. Sua incidência aumenta com a idade, sendo quatro vezes mais freqüente nas mulheres, principalmente após 50 anos.
Vamos conhecer um pouco mais sobre esse assunto:
O QUE É A TIREÓIDE?
A tireóide é uma glândula situada na parte da frente do pescoço, abaixo do chamado 'pomo de Adão'. Tem formas comparadas à de escudo ou de borboleta, sendo facilmente palpável. É responsável pela produção dos hormônios tireoideanos T3 (triodotironina) e T4 (levotiroxina). Essas substâncias são transportadas pelo sangue para todas as partes do corpo, regulando o metabolismo. Entre outras coisas, o metabolismo refere-se à maneira pela qual o organismo queima calorias, gorduras, açúcares e atua no trabalho muscular.
COMO É CARACTERIZADO O HIPOTIREOIDISMO?
É caracterizado pela diminuição ou pela baixa produção dos hormônios T3 e T4. Com os novos testes laboratoriais, o diagnóstico é realizado em fase muito precoce. Quando um médico dá um diagnóstico de Hipotireoidismo, isso quer dizer que a pessoa apresenta uma baixa função da glândula tireóide, ou seja, a tireóide está produzindo pouco hormônio.
QUAIS AS CAUSAS?
As causas mais comuns do hipotireoidismo são a inflamação crônica da tireóide (chamada Tireoidite de Hashimoto), as manifestações pós-cirúrgicas (retirada parcial ou total da glândula) e as de decorrência de tratamentos prévios de glândula hiperativa. A doença de Hashimoto tem traços genéticos e caracteriza-se pela produção exagerada de anticorpos pelo sistema imunológico que agridem a própria glândula. É uma doença auto-imune que provoca a diminuição da capacidade funcional da glândula.
Uma causa comum em décadas passadas, mas rara nos dias de hoje, é deficiência de iodo no organismo (necessário para a produção dos hormônios tireoideanos). Os produtores de sal são obrigados, por lei, a adicionar iodo ao produto industrializado. É uma maneira barata e simples de repor o iodo e evitar o hipotireoidismo devido à sua deficiência.
OS SINAIS E SINTOMAS
Entre os sinais e sintomas mais comuns do hipotireoidismo temos: fadiga, desânimo, movimentos lentos, discreto aumento de peso ou dificuldade para perdê-lo, sonolência diurna, intolerância ao frio, memória fraca, irregularidade menstrual (e em casos mais graves até infertilidade), dores, cãibras musculares, cabelos e pele secos, queda de cabelos, unhas fracas, prisão de ventre, depressão, irritabilidade, rosto e mãos inchados. Um grande número de pessoas apresenta sintomas 'vagos' de cansaço e desânimo. Algumas pessoas acabam atribuindo esses sinais, de forma errônea, ao avanço da idade.
O número e a intensidade dos sintomas variam conforme a duração e o grau da deficiência hormonal da tireóide. Algumas pessoas com hipotireoidismo podem não apresentar sintomas evidentes. Então o diagnóstico dever ser realizado através de exames laboratoriais de rotina.
EFEITOS PELOS DIVERSOS ÓRGÃOS DO CORPO

COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO ?
O hipotireoidismo pode ser facilmente diagnosticado por meio de um exame de sangue. Os exames que ajudam no diagnóstico são: a dosagem de TSH (que é um hormônio produzido pela hipófise, e que estimula o funcionamento da tireóide), e a dosagem de hormônios tireoidianos (T4 e T3). O TSH é o mais importante dentre esses exames. Essas dosagens podem ser complementadas com a determinação dos anticorpos contra a tireóide (anti-TPO e anti-tireoglobulina), o que identifica a ocorrência da Tireoidite de Hashimoto.
COMO É O TRATAMENTO?
O tratamento do hipotireoidismo consiste na reposição oral de hormônio específico (Levotiroxina-T4), uma vez ao dia, preferencialmente pela manhã em jejum. Esse medicamento repõe o hormônio que a glândula deixou de secretar. A dosagem deve ser individualizada. É importante que o paciente receba a quantidade certa de hormônio e por isso, o acompanhamento médico é fundamental. Como para a maioria dos pacientes o hipotireoidismo é crônico, o tratamento deverá ser instituído por toda a vida.
Uma vez diagnosticado o hipotireoidismo, tomando o medicamento corretamente e fazendo consultas médicas periódicas, segue-se a vida normal.
OBS: Hormônio tireoidiano não é considerado dopping. Veja aqui os produtos considerados dopping.


 

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