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quinta-feira, 15 de março de 2012

Filhos de Mães Obesas Podem Reverter Metabolismo Herdado

Com dieta e exercícios, filhos de obesas podem reverter metabolismo herdado das mães. 


Exercícios físicos e alimentação saudável, juntos, podem reverter um quadro metabólico negativo herdado por filhos de mães obesas. A conclusão é de uma pesquisa, realizada na Universidade de New South Wales, na Austrália, publicada recentemente no Journal Nutrition, Metabolism and Cardiovascular Disease.

Sabe-se que a gravidez de uma mulher obesa altera hormônios e tem consequências na regulação do apetite e do metabolismo. A obesidade da mãe também está associada à intolerância à glicose, hipertensão arterial, doenças metabólicas e ao aumento de depósitos de gordura nos filhos.

A pesquisa da Universidade de New South Wales foi feita pela doutoranda Sultana Rajia, sob a orientação das professoras Margaret Morris e Hui Chen. Ambas tiveram como motivação a constatação de que 1/3 das mulheres grávidas estão obesas ou com sobrepeso, em várias partes do mundo, acarretando consequências negativas aos filhos.

O estudo foi realizado com ratos, uma vez que a maioria dos sistemas afetados pela obesidade é semelhante entre humanos e roedores. Além disso, segundo Margaret Morris, a utilização do modelo animal na pesquisa torna possível coletar dados através das gerações em tempo hábil.

Assim, conforme explicou, pela dificuldade em controlar o nível e a duração dos exercícios nos seres humanos, estudos com animais de laboratório ajudam a apontar quais os tipos de intervenções mais ou menos eficientes.

Mais Pesados

No estudo, três semanas após o nascimento, os filhotes das ratas obesas se mostraram 12% mais pesados que os das não obesas. Além disso, apresentavam grande acúmulo de gordura, aumento do índice de lipídios plasmáticos e intolerância à glicose.

Ao serem submetidos a uma dieta calórica, esses jovens roedores obtiveram 37% de aumento de peso. Mas depois de passarem por exercícios e alimentação correta, os mesmos ratos apresentaram diminuição nos índices de massa gorda, nos lipídios plasmáticos, na pressão sanguínea e na resistência à insulina.
Já os roedores sedentários que tiveram uma alimentação saudável não foram capazes de reverter os riscos metabólicos. 

Mudança de Hábitos

Na opinião do Dr. Lício Velloso, pesquisador do Departamento de Clínica Médica da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a pesquisa australiana é de grande importância, pois evidencia que, por mecanismos epigenéticos, mulheres obesas geram filhos que podem tornar-se mais facilmente obesos com o passar dos anos, sendo que o quadro pode ser revertido com atividade física e alimentação saudável.

No entanto, de acordo com ele, o problema é que apenas uma minoria das pessoas consegue mudar seus hábitos de vida. O pesquisador brasileiro enfatizou que “a vontade dos indivíduos em alterarem um quadro metabólico via dieta e exercícios é uma dos maiores impasses para que políticas públicas contra obesidade tenham sucesso”.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 16,9% das mulheres com mais de 20 anos estão obesas e 48% com sobrepeso.

Fonte: Abeso

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