Prezados Pacientes,
Como já havia exposto aqui no Blog anteriormente, a medicina anti-aging ou antienvelhecimento mostrou-se não ter evidências científicas suficientes da sua eficácia e principalmente da sua segurança, podendo inclusive acarretar em danos para a saúde.
Essa posição oficial do Conselho Federal de Medicina (CFM) só vem reforçar o que já venho mostrando aqui no Blog.
Para ler a posição oficial da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) a respeito do assunto, clique aqui. Também aqui outro post relacionado.
Att.
Renata Antonialli
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Faltam evidências científicas que
justifiquem a prática da medicina antienvelhecimento, ou anti-aging. Essa é a
conclusão de uma extensa revisão de estudos científicos sobre o assunto,
realizada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). A entidade publica
nesta segunda-feira (6) parecer sobre o assunto. O material pode ser acessado
no site da entidade. Clique aqui.
A diretoria do CFM
confirmou que o parecer servirá de base de uma resolução que proibirá o
uso de hormônios e práticas de antienvelhecimento no país. Segundo
o vice-presidente do CFM, Carlos Vital Corrêa Lima, o Código de Ética Médica já
veda a realização de terapêutica experimental. "Uma resolução dará mais
ênfase e deixará ainda mais claro esta proibição".
Quanto à técnica de
antienvelhecimento, a principal crítica do parecer do CFM diz respeito à
reposição hormonal e à suplementação com antioxidantes, vitaminas e sais
minerais, medidas propostas pelos que a prescrevem. O tratamento hormonal
utilizado nestas pessoas que buscam o rejuvenescimento era o mesmo usado em
pacientes com hipofunção glandular. O tratamento sem a devida indicação coloca
a saúde do paciente em risco.
O Coordenador da
Câmara Técnica de Geriatria do CFM, Gerson Zafallon Martins, alerta que os procedimentos podem
causar danos. Há aumento, inclusive, do risco de câncer. “Prescrever hormônio do crescimento para
“rejuvenescer” um adulto que não tem deficiência desse hormônio é submetê-lo ao
risco de desenvolver diabetes e até neoplasias”.
De acordo com o Parecer do CFM nº 29/12 NÃO se
reconhece no Brasil a especialidade médica de antienvelhecimento, bem como não há registros na União Europeia e nos
Estados Unidos.
Trabalho - O
Parecer CFM nº 29/12 conclui ainda que a modulação hormonal bioidêntica, “vem a
ser nada mais que o uso de hormônio fabricado em laboratório, manipulado em
farmácia magistral e prescrito com finalidade terapêutica não sustentável
cientificamente e, desse modo, não aprovada pelas sociedades medicas
acreditadas”, diz o texto.
Na avaliação dos
conselheiros, a maior longevidade ou aumento expectativa de vida do homem atual
não se deve a um tratamento específico e sim a toda uma melhora nas condições
de vida. “Estão vendendo ilusão de antienvelhecimento para a população sem nenhuma comprovação
científica e que pode fazer mal à saúde. Com a idade, o metabolismo
mais lento e a ingestão de algumas substâncias podem aumentar o risco de várias
doenças”, alerta a médica geriatra Elisa Franco Costa, que auxiliou nas pesquisas
do CFM.
Para a geriatra e
membro da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, Maria Lencastre, a manipulação hormonal deve ser indicada apenas nos
casos em que o paciente apresente algum tipo de disfunção na produção de
hormônios, como nos casos de hipotireoidismo (distúrbio hormonal que afeta o
metabolismo do organismo).
Ela lembrou que o
fator genético responde por um terço das causas do envelhecimento e que a
melhor maneira de retardar o processo é a modificação de hábitos, que incluem a
prática de exercício, a alimentação adequada e a perda de peso.
"Medicamentos que não são necessários, além do risco, significam custo com
uma população que já tem grandes custos [com patologias como doenças do
coração].
Processo - Segundo
dados da corregedoria do CFM, nos últimos quatro anos, a entidade já cassou o
registro profissional de cinco médicos que praticavam os procedimentos sem
comprovação científica. Outras dez punições (como suspensão e censura pública)
também foram dadas a outros médicos. Os Conselhos Regionais de Medicina também
apuram outros casos.
O ilícito destes
médicos geralmente era agravado pela publicidade imoderada, sensacionalista e
promocionais. Muitos deles garantiam resultados, o que contraria o Código de
Ética Médica (CEM). “A medicina não é uma ciência de fim e sim de meios. O
médico tem que fazer o possível em benefício do paciente, mas nem sempre o
resultado é satisfatório”, destaca o corregedor do CFM, José Fernando Maia
Vinagre.
Destaques do parecer:
- A especialidade medica “Medicina anti-aging”
ou “Medicina antienvelhecimento” não é reconhecida pelo Conselho Federal
de Medicina.
- O processo biológico de envelhecimento do
organismo humano é acompanhado de um natural decréscimo na produção
endógena de alguns hormônios sem que este fato seja considerado como a
causa do envelhecimento.
- A medicina e,
por extensão, a prescrição de hormônios, precisa ser exercida baseada em
evidências científicas comprovadas
Fonte: CFM
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