O consumo de alguns suplementos alimentares, como Jack3D,
Oxy Elite Pro, Lipo-6 Black, entre outros, pode causar graves danos à saúde das
pessoas. É o que alerta a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em
informe, publicado nesta terça-feira (10/7).
De acordo com o alerta da
Agência, alguns desses suplementos contêm ingredientes que não são seguros para
o consumo como alimentos ou contêm substâncias com propriedades terapêuticas,
que não podem ser consumidas sem acompanhamento médico. Os agravos à saúde
humana podem englobar efeitos tóxicos, em especial no fígado, disfunções
metabólicas, danos cardiovasculares, alterações do sistema nervoso e, em alguns
casos, levar até a morte.
“O forte apelo publicitário e a
expectativa de resultados mais rápidos contribuem para uso indiscriminado
dessas substâncias por pessoas que desconhecem o verdadeiro risco envolvido”,
afirma o diretor de Controle e Monitoramento Sanitário da Anvisa, José Agenor
Álvares. O alerta da Anvisa ressalta, ainda, que muitos desses suplementos
alimentares não estão regularizados junto à Agência e são comercializados
irregularmente em nosso país.
Segundo o diretor da Anvisa, são
produtos fabricados a partir de ingredientes que não passaram por avaliação de
segurança. “Esses suplementos contém substâncias proibidas para uso em
alimentos como: estimulantes, hormônios ou outras consideradas como doping pela
Agência Mundial Antidoping”, explica Álvares.
DMAA
Recentemente, a Organização
Mundial de Saúde, por meio da Rede de Autoridades em Inocuidade de Alimentos,
alertou que vários países têm identificado efeitos adversos associados ao
consumo da substância dimethylamylamine (DMAA), presente em alguns suplementos
alimentares. O DMAA é um estimulante usado, principalmente, no auxílio ao
emagrecimento, aumento do rendimento atlético e como droga de abuso.
Essa substância, que tem
efeitos estimulantes sobre o sistema nervoso central, pode causar dependência,
além de outros efeitos adversos, como insuficiência renal, falência do fígado e
alterações cardíacas, e pode levar a morte. Alguns países já proibiram a
comercialização de produtos que contém DMAA, como Austrália e Nova Zelândia.
“O DMAA tem sido adicionado
indiscriminadamente aos suplementos alimentares, apesar de não existir
estudos conclusivos sobre a sua dose segura”, afirma Álvares. No Brasil, o
comércio de suplementos alimentares com DMAA também é proibido.
Na última terça-feira (3/7), a
Anvisa incluiu o DMAA na lista de substâncias proscritas no país, fato que
impede a importação dos suplementos que contenham a substância, mesmo que por
pessoa física e para consumo pessoal. Entre os suplementos alimentares que
possuem DMAA estão: Jack3D, Oxy Elite Pro, Lipo-6 Black, entre outros.
Importados
A regulamentação sanitária
brasileira permite que pessoas físicas importem suplementos alimentares para
consumo próprio, mesmo que esses produtos não estejam regularizados na Anvisa.
Entretanto, esses suplementos não podem ser importados com finalidade de
revenda ou comércio ou conter substâncias sujeitas a controle especial ou
proscritas no país, como é o caso do DMAA.
Cada país controla esses produtos
de maneira específica e, em muitos casos, não são realizadas avaliações de
segurança, qualidade ou eficácia antes da entrada desses suplementos no mercado.
“Os consumidores devem estar atentos e checar se esses suplementos foram
avaliados por autoridades sanitárias do país de origem e se não foram
submetidos ao processo de recolhimento”, orienta o diretor da Anvisa.
Brasil
No Brasil, alimentos apresentados
em formatos farmacêuticos (cápsulas, tabletes ou outros formatos destinados a
serem ingeridos em dose) só podem ser comercializados depois de avaliados
quanto à segurança de uso, quando se considera eventuais efeitos adversos já
relatados. Além disso, precisam ser registrados junto à Anvisa antes de serem
comercializados.
De acordo com o diretor da
Anvisa, produtos conhecidos popularmente como suplementos alimentares não podem
alegar propriedades ou indicações terapêuticas. “Propagandas e rótulos que indicam
alimentos para prevenção ou tratamento de doenças ou sintomas, emagrecimento,
redução de gordura, ganho de massa muscular, aceleração do metabolismo ou
melhora do desempenho sexual são ilegais e podem conter substâncias não seguras
para o consumo”, alerta Álvares.
Confira aqui o alerta da Anvisa sobre o caso
Danilo Molina - Imprensa/Anvisa
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