Variação hormonal mostra que espectadores se preparam para o desafio.
Dados para estudo foram obtidos na final da Copa do Mundo de 2010.
Para o cientista austríaco Konrad Lorenz, um dos maiores especialistas em comportamento animal da história, o esporte serve como uma válvula de escape para o ser humano, que é agressivo por natureza. Uma pesquisa publicada nesta quarta-feira (18) mostra dentro do corpo como a teoria pode fazer sentido.
Cientistas mediram os níveis de testosterona (o hormônio masculino) e cortisol (o que controla o estresse) em 50 torcedores espanhóis na final da Copa do Mundo de 2010, e descobriu que o nível dos dois aumenta simplesmente ao ver a partida, independentemente do resultado.
Na ocasião, a seleção do país venceu a Holanda por 1 a 0, na prorrogação, e venceu o título inédito.
Os dois hormônios têm várias funções, mas foram escolhidos para o estudo porque preparam o corpo para situações de competitividade. Biologicamente, é como se os espectadores da partida estivessem se preparando eles mesmos para o desafio.
Os níveis de testosterona tiveram uma variação parecida entre todos os participantes – independentemente de sexo, idade ou gosto pelo futebol –, em comparação com os dias normais. Já o cortisol subiu mais entre os jovens e os que mais torcem pela seleção espanhola, sinal de que estes grupos viam uma possível derrota como uma ameaça à estima social deles próprios.
Sílvio Ricardo da Silva, coordenador do Grupo de Estudos sobre Futebol e Torcidas (Gefut), na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), não se surpreendeu com os resultados da pesquisa.
“A experiência que nós temos com o estádio nos mostra que deve haver alguma explicação do ponto de vista bioquímico e fisiológico que faz com que o torcedor sinta aquela emoção”, opinou o professor de educação física.
O estudo foi conduzido por especialistas da Universidade de Valência, na Espanha, e da Universidade Livre de Amsterdã, na Holanda
Fonte: G1.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário